No contexto da sua visita de trabalho à República do Ruanda, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, reuniu-se recentemente em Kigali, no Alto-Comissariado de Moçambique em Ruanda, com representantes da comunidade estudantil moçambicana que se encontra em formação naquele país localizado na região dos Grandes Lagos da África centro-oriental.
Durante o encontro, o timoneiro do pelouro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, auscultou os estudantes sobre a avaliação que fazem do decurso das respectivas áreas de formação, as experiências e boas práticas colhidas, bem como os desafios enfrentados.
A grande maioria dos estudantes moçambicanos que se encontra actualmente em formação no Ruanda são bolseiros do programa de Parceria para Ciências Aplicadas, Engenharia e Tecnologias (PASET), uma iniciativa pan-africana que visa o reforço da capacidade de investigação e inovação em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM), a melhoria da qualidade do ensino superior e o reforço da capacidade de pesquisa.
Dirigindo-se aos estudantes, o titular da pasta de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior informou que Moçambique aderiu à iniciativa PASET há sensivelmente dois anos, com o objectivo estratégico de empoderar, cada vez mais, a área de CTEM e das Ciências Aplicadas.
Na ocasião, o governante moçambicano exortou aos estudantes a dominarem a Ciência e a Técnica como recurso para resolver-se os problemas concretos que afectam as comunidades.
O dirigente incentivou ainda aos estudantes a promoverem, a vários níveis, a criação de redes de cientistas africanos, começando pela criação no país de redes internas de trabalho e pesquisa.
Nessa perspectiva, o ministro considerou ser importante maximizar-se os escassos recursos disponíveis no país por forma a gerar-se produtos, serviços e tecnologias competitivas no actual mercado de economia digital, tendo igualmente encorajado os estudantes a serem persistentes nas respectivas áreas de pesquisa, não obstante, os enormes desafios que possam enfrentar no processo de formação.
“Vós estudantes, deveis promover a filiação académica, incutindo valores nobres, conhecimentos e boas práticas académicas aos futuros estudantes e pesquisadores. As vossas áreas de estudo devem ter o potencial de constituir-se em centros de excelência em pesquisa”, exortou o governante.
Referindo-se às áreas de formação nas quais os estudantes estão integrados em instituições de ensino superior no Ruanda, no caso específico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), o ministro Nivagara congratulou-se em saber que os concidadãos estavam formando-se em áreas como inteligência artificial, a internet das coisas e o empreendedorismo digital, matérias cadentes e de interesse estratégico actuais para o país e, que possuem um enorme potencial de desenvolvimento de pesquisas, de soluções tecnológicas e de prestação de serviços.
“O sucesso de vossa formação no contexto destas bolsas da PASET, assegurará a continuidade e consolidação do nosso país nesta iniciativa pan-africana”, rematou o dirigente.
Intervindo por ocasião do encontro, os estudantes moçambicanos agradeceram ao governante pela disponibilidade em reunir-se com os mesmos e, consideraram, entre outros; que em todas as áreas de formação no Sistema Nacional de Educação em Moçambique deveriam ser introduzidos conteúdos relativos à liderança e empreendedorismo; que as respectivas áreas de formação no Ruanda estavam alinhadas com as prioridades de desenvolvimento do país; que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) deveria promover maior interacção e colaboração entre os estudantes bolseiros na diáspora e; que o MCTES deve ter maior aproximação e colaboração com os estudantes bolseiros em Ruanda.
A terminar o encontro, ficou assente que os estudantes moçambicanos no Ruanda possuíam um enorme potencial de ajudar na melhoria da legislação nacional sobre diversos assuntos cadentes; que os mesmos deveriam ser convidados com maior frequência a participarem em eventos científicos nacionais e internacionais referentes às respectivas áreas de formação e pesquisa; que os mesmos deveriam dar um grande contributo para a realização salutar das visões e missões de muitas instituições que actuam nas respectivas áreas de formação e, que através do Fundo Nacional de Investigação (FNI), os estudantes poderiam ter acesso às oportunidades de financiamento à publicação científicas, à projectos de transferência de tecnologia e inovação, à participação em eventos de apresentação de resultados de pesquisa.