O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara destaca a necessidade de as Instituições do Ensino Superior criarem movimento de promoção da pesquisa cientifica para impulsionar a preservação do meio-ambiente e a protecção da biodiversidade.
O ministro falava Quinta-feira dia 3 de Março de 2022, durante a cerimónia de lançamento dos programas “Recursos, Inovação e Desenvolvimento para as áreas de conservação — RINO” e “Preservação de ecossistemas para o desenvolvimento sustentável — ManGrowth”.
Orçado em cerca de 10 milhões de euros (um euro equivale a 70, 00 Mtn), a implementação do programa RINO prevê o estabelecimento do primeiro Centro de Conservação da Biodiversidade em Moçambique, através da requalificação do Museu de História Natural de Maputo, na componente de infra-estrutura, como da parte expositiva e, de algumas componentes da Estação de Biologia Marinha de Inhaca.
Como explica Nivagara, o programa RINO incorpora intervenções em três pilares, nomeadamente, fortalecimento institucional; apoio ao Museu da História Natural; reconstrução resiliente em Búzi e Ibo e apoio à Investigação Ambiental.
“A sua implementação concorre para dinamizar, ainda mais, as acções ligadas à preservação do meio-ambiente em Moçambique e conservação da biodiversidade, através da capacitação dos operadores para garantir a máxima eficiência na utilização dos recursos naturais, ao nível local”, vincou.
Quanto ao programa ManGrowth, serão fortalecidos os conhecimentos científicos e a formação dos técnicos no âmbito do “habitat” de mangais, colaborando com a Estação de Biologia Marinha de Inhaca, incluindo acções que visam promover actividades sustentáveis geradoras de rendimento, conjuntamente com acções de reflorestação de mangais, com foco na Ilha de Inhaca e na Baía de Maputo.
Aliás, os programas foram desenvolvidos no âmbito da cooperação bilateral entre Moçambique e Itália, nos domínios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e, complementa outras iniciativas de cooperação já em curso em Moçambique.
Por seu turno, o Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, os programas visam o fortalecimento institucional das entidades sectoriais de Moçambique através da criação com institutos científicos, o investimento na pesquisa científica sectorial para impulsionar a preservação do meio-ambiente.
Gianni Bardini defendeu a necessidade de conservação de algumas espécies da fauna e flora selvagens mais criticamente ameaçadas e conduzir discussões para implementar soluções para a sua conservação.
Adiante, o Embaixador salientou a necessidade de impulsionar trabalhos alternativos que contribuam para a preservação do meio-ambiente.
Recordar que cooperação entre a República de Moçambique e a República Italiana, no domínio da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior inclui outras iniciativas e programas em cursoPrograma de Apoio à Universidade Eduardo Mondlane para a Reforma Académica, Inovação Tecnológica e Investigação Científica; Projecto GovNET PLUS, no âmbito de Governo Electrónico;Programa de Operacionalização dos Polos Tecnológicos de Excelência Digital.
Para fortalecer, de forma contínua, o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o MCTES encontra-se em fase de concepção, consolidação e/ou revisão de alguns instrumentos de política, de regulação e de estratégia, bem como a implementação de iniciativas estruturantes afins, como sejam a aprovação da revisão da Política da Ciência e Tecnologia e, da respectiva Estratégia de implementação (2021-2031); aprovação do Plano Estratégico do Ensino Superior (2021-2030); capacitação de perto de 500 Docentes em Inovação Educacional, incluindo a consolidação de metodologias de ensino híbrido; aumento da largura de banda no âmbito das acções do projecto MoRENet, permitindo melhor qualidade de prestação de serviços para as Instituições de Investigação Cientifica e Instituições de Ensino; e Acelerar o Programa GovNet Plus, ligando perto de 40 Instituições em sedes distritais, dinamizando deste modo a eficiência da Administração Pública e, aprimorando as reformas em curso, neste domínio, em Moçambique.
Num outro desenvolvimento, a Directora Geral da agência Italiana de Cooperação para o desenvolvimento (AICS), Ginevra Letizia informou que o programa ManGrowth, está orçado em três milhões de euros, os quais visam fortalecer os conhecimentos científicos e a formação dos técnicos no âmbito dos “habitats” de mangais colaborando com a Estação de Biologia Marinha de Inhaca, querendo em simultâneo, promover actividades sustentáveis geradoras de rendimento conjuntamente com acções de reflorestação de mangais com focus na Ilha de Inhaca e a Baía de Maputo.
“Estas iniciativas assumem particular importância realçando o papel de duas importantes instituições de pesquisa, formação e educação na área ambiental, como o Museu de História Natural de Maputo e a Estação de Biologia Marítima de Inhaca visando torná-los, ainda mais, dois centros de referência e de excelência na promoção da conservação da biodiversidade e difusão de uma cultura ambiental no País”, afiançou.
Para o Reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, através da cooperação foi possível concretizar o apoio à criação, apetrechamento e funcionamento de unidades académicas, formação de quadros da UEM em diversas áreas de conhecimento, desenvolvimento e implementação de novos cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, realização de estudos e projectos de pesquisa diversos, apetrechamento de laboratórios, bibliotecas e aquisição de equipamento, reabilitação de infra-estruturas com finalidade diversa entre outros.
Segundo Orlando Quilambo, o projecto RINO vem incrementar o papel de promoção de pesquisa conjunta nas áreas de biodiversidade, através da capacitação de pesquisadores e instituições de ensino superior e o projecto ManGrowth reforçará o papel na actuação virada para a protecção de zonas de mangais nas áreas de conservação da Baía de Maputo, incluindo a Ilha Inhaca.